top of page
Olhos e Sobrancelhas

MICROBIOMA E OLHO

O corpo humano é um verdadeiro ecossistema. As células descendentes do óvulo fertilizado constituem apenas um dos seus componentes. O outro componente é o microbioma, muito mais numeroso e diversificado.  Para cada célula herdada existem no nosso corpo 10 bactérias. Enquanto um homem adulto é formado por aproximadamente 70 trilhões de células, e em seu intestino existem 100 trilhões de bactérias, os outros 600 trilhões são encontrados na pele, boca, cavidade nasal, seios da face e aparelho gênito-urinário.

Quando falamos em microbiota, o termo designa todas as comunidades de micróbios que habitam os nossos tecidos. São bactérias, fungos, protozoários e outros. A estimativa é de que o cólon guarde cerca de 70% dos integrantes da microbiota humana. No cólon, as bactérias encontram um pH neutro e um fluxo constante de nutrientes. A expressão microbioma designa o conjunto desses micro-organismos e dos seus genes — que, sim, podem interagir com o nosso próprio genoma. O microbioma mais estudado até o momento é o do intestino. E ele é tão particular quanto a nossa impressão digital.

Conhecer quais as populações de bactérias estão dominando o ambiente do nosso corpo, e procurar meios de estabelecer a primazia daquelas que nos fazem bem, pode ser o caminho para o controle de muitas doenças. Nesse contexto, o teste de sequenciamento genético pode ser uma ferramenta importante para muitos pacientes. Ele revela de modo acurado milhares de bactérias que habitam determinado indivíduo, ao ler o seu DNA. Através desse estudo personalizado podemos identificar tendências para determinadas patologias e ter parâmetros para averiguar a eficiência de determinados ajustes no estilo de vida, como mudanças nos hábitos alimentares e controle de stress.

Em 2006, um estudo publicado na Nature mostrou que a mucosa intestinal de indivíduos obesos era rica em bactérias do phylum Firmicutes, enquanto as dos magros pertenciam predominantemente ao phylum Bacteroidetes. Quando os obesos perdiam peso a composição da flora adquiria as características dos magros. Experimentos subsequentes demonstraram que o emagrecimento está associado à ação dos Bacteroidetes na inibição da síntese de um hormônio que facilita o armazenamento de gordura. Essa mudança da flora explicaria porque doses baixas de antibióticos ajudam o gado a engordar.

O tripé da doença autoimune

Nos últimos 10 anos, inúmeros outros estudos têm demonstrado que o microbioma exerce papel importante em diversas áreas na medicina como nas doenças cardiovasculares, esclerose múltipla, diabetes, doenças inflamatórias, (como a doença de Chron), processos autoimunes, na asma, e até no autismo, sendo que, mesmo desequilíbrios leves, podem ter consequências à longo prazo. Essas pesquisas proveem vislumbres sobre como as mudanças no microbioma podem agir como gatilho no desenvolvimento de doenças autoimunes e um melhor equilíbrio do mesmo, possa ser capaz de melhorar o controle das mesmas.

Alguns pesquisadores descrevem a autoimunidade como um tripé com 3 componentes:

  1. Predisposição genética: certos genes tornam os indivíduos mais propensos a desenvolver certas doenças;

  2. Um gatilho: um antígeno ou proteína específico que o sistema imune reconhece como ameaça (real ou não), e que dispara uma cascata de ativação. No caso da doença celíaca, o gatilho é o glúten. Entretanto, na maioria das doenças autoimunes, o gatilho permanece desconhecido;

  3. Permeabilidade intestinal (conhecido em inglês como leaky gut): esta permeabilidade aumentada significa que as células normalmente acopladas firmemente estão "frouxas" e "vazam". Isso permite que grandes compostos, tais como proteínas dos alimentos ou bactérias, entrem na nossa corrente sanguínea. O intestino permeável pode ocorrer devido a qualquer número de razões tais como sensibilidade a alimentos, infecções intestinais ou estresse crônico.

 

O papel do microbioma nas doenças inflamatórias oculares ainda é muito pouco conhecido e estudado. Mas já existem publicações sugerindo que o microbioma intestinal possa ter papel também no aparecimento de alguns tipos de uveítes. Ainda recentemente, alguns estudos procuram associar o microbioma intestinal  ao aparecimento de Degeneração macular Relacionada à idade, Retinopatia Diabética e glaucoma.

No geral, esses estudos mostram que essas doenças podem estar associadas a uma disrupção do microbioma normal. Aparentemente, nenhum organismo em particular é responsável pelo estabelecimento da doença. Entretanto, em indivíduos geneticamente predispostos, uma alteração das comunidades microbianas normais provê um ambiente favorável, no qual a doença possa desenvolver-se. Conhecer melhor o compartimento bacteriano de nosso ecossistema, identificar os fatores de risco individuais e encontrar meios para melhorar esse meio, pode ser o futuro para o tratamento dessas enfermidades de forma personalizada.

 

Para indicação do exame, os pacientes deverão preencher questionário específico de avaliação, conforme preconizado pelo Instituto de Medicina Funcional e receber orientações para coleta domiciliar. A técnica utilizada será o sequenciamento com a tecnologia 16s rRNA, que permite a identificação genética de diversas espécies de bactérias através do gene 16S, possibilitando o mapeamento de uma parte muito importante do microbioma do indíviduo.

São candidatos à avaliação de microbioma:

  1. Uveíte anterior, posterior, intermediária ou difusa, de causa idiopática ou auto imune, especialmente em corticoterapia prolongada e/ou tratamento com imunomoduladores e/ou agentes biológicos.

  2. Pacientes com Esclerite

  3. Pacientes Diabéticos com sinais de Retinopatia Diabética

  4. Pacientes com Oftalmolpatia de Graves

  5. Pacientes com Olho Seco Severo, especialmente quando associado à Artrite Reumatóide

....

Referências:

  1. Aspects of Gut Microbiota and Immune System Interactions in Infectious Diseases, Immunopathology, and Cancer. Front Immunol. 2018 Aug 15;9

Lazar VDitu LMPircalabioru GGGheorghe ICurutiu CHolban AMPicu APetcu LChifiriuc MC

 

2. The Gut Microbiome in Multiple Sclerosis: A Potential Therapeutic Avenue. Med Sci (Basel). 2018 Aug 24;6(3). Kirby TOOchoa-Repáraz J

 

3. The "Gut Feeling": Breaking Down the Role of Gut Microbiome in Multiple Sclerosis. Neurotherapeutics. 2018 Jan;15(1):109-125.Freedman SNShahi SK2, Mangalam AK.

 

4. "Immune Gate" of Psychopathology-The Role of Gut Derived Immune Activation in Major Psychiatric Disorders. Front Psychiatry. 2018 May 29;9:205. Rudzki LSzulc A.

 

5. A Potential Benefit of "Balanced Diet" for Rheumatoid Arthritis. Front Med (Lausanne). 2018 May 15;5:141. Masuko K.

 

6. Role of Diet in Influencing Rheumatoid Arthritis Disease Activity. Open Rheumatol J. 2018 Feb Badsha H.

 

7. Intermittent Fasting Confers Protection in CNS Autoimmunity by Altering the Gut Microbiota. Cell Metab. 2018 Jun 5;27(6). Cignarella FCantoni CGhezzi LSalter ADorsett YChen LPhillips DWeinstock GMFontana LCross AHZhou YPiccio L.

 

8. Clinical Effect of IRT-5 Probiotics on Immune Modulation of Autoimmunity or Alloimmunity in the Eye. Nutrients. 2017 Oct 25;9(11).

 

9. Kim JChoi SHKim YJJeong HJRyu JSLee HJKim TWIm SHOh JYKim MK.

 

10. Commensal microbiota as a potential trigger of autoimmune uveitis. Expert Rev Clin Immunol. 2017 Apr;13(4). Horai RSen HNCaspi RR.

 

11. The thyroid, the eyes and the gut: a possible connection. J Endocrinol Invest. 2017 Jun;40(6). Covelli DLudgate M.

 

12. Clinical Effect of IRT-5 Probiotics on Immune Modulation of Autoimmunity or Alloimmunity in the Eye. Nutrients. 2017 Oct 25;9(11). Kim JChoi SHKim YJJeong HJRyu JSLee HJKim TWIm SHOh JYKim MK.

 

13. The Role of Microbiota in Retinal Disease. Adv Exp Med Biol. 2018. Rowan STaylor A.

 

14. Gut Microbiota Composition and Fecal Metabolic Phenotype in Patients With Acute Anterior Uveitis. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2018 Mar 1;59(3). Huang XYe ZCao QSu GWang QDeng JZhou CKijlstra AYang P.

 

15. The role of the intestinal microbiome in ocular inflammatory disease. Curr Opin Ophthalmol. 2018 May;29(3). Lin P.

 

16. Commensal microbiota as a potential trigger of autoimmune uveitis. Expert Rev Clin Immunol. 2017 Apr;13(4). Horai RSen HNCaspi RR.

 

17. Fecal transplants in spondyloarthritis and uveitis: ready for a clinical trial? Curr Opin Rheumatol. 2018 Jul;30(4). Choi RYAsquith MRosenbaum JT.

 

18. Obesity and the microbiome. Expert Rev Gastroenterol Hepatol. 2015;9(8). Mathur RBarlow GM.

 

19. Microbial ecology: human gut microbes associated with obesity. Nature. 2006 Dec. Ley RETurnbaugh PJKlein SGordon JI.

GERIATRIA OCULAR

Com o envelhecimento da população, torna-se cada vez mais urgente pensar em novas formas de se garantir a saúde ocular do idoso e melhorar assim sua qualidade de vida.

O viver mais deve estar associado ao viver com maior qualidade. Se a baixa visão compromete a autonomia do indivíduo, ela consequentemente prejudica sua qualidade de vida. Como oftalmologistas, talvez possamos interferir em parte nesse contexto. A manutenção de uma melhor visão pode fazer uma enorme diferença. 

O idoso que enxerga mal aumenta seus riscos de queda, atropelamento, uso trocado de medicação ou dosagem errada, resultando em complicações importantes e até risco de morte. Muitas vezes a baixa visão acarreta o isolamento e a depressão, afastando o indivíduo do convívio, transformando-o de aliado em fardo frente às necessidades da família. Um estudo australiano mostra dados concretos de que a piora visual aumenta em duas vezes o risco de queda, em três vezes o risco de depressão, de quatro a oito vezes o risco de fratura de quadril, antecipa a internação em asilos em três anos antes e aumenta em duas vezes a dependência social.

Doenças mais comuns na terceira idade

As quatro principais afecções que acometem o idoso são falta de óculos, catarata, maculopatia relacionada à idade, bem como o glaucoma e, cada vez mais freqüentes, as alterações relacionadas à diabete.

CATARATA

Uma das principais causas de cegueira curável, a catarata representa um problema de saúde pública que interfere negativamente na qualidade de vida dos pacientes. A prevalência de catarata, comparando dados mundiais, varia de 12% a 50% nas pessoas acima de 65 anos, aumenta com a idade e é maior no sexo feminino. Observa-se, especialmente nos portadores de catarata acima de 80 anos, estreita relação entre a acuidade visual e o comprometimento da realização das atividades diárias.

A catarata é resultante do espessamento e endurecimento gradual do cristalino (lente que temos dentro no olho), causando uma perda da transparência deste e assim fazendo com que a luz que entra no olho seja distorcida ou filtrada, causando uma visão progressivamente embaçada.

 

Como resultado, tudo o que vemos começa a ficar turvo e as cores começam a ficar amareladas ou desbotadas, sem o brilho natural. Pode também causar dificuldade em caminhar sob o sol forte e halos podem começar a surgir ao redor das luzes à noite.

Embora a acuidade visual seja considerada, também se considera a perda de transparência do cristalino como indicador do único tratamento disponível, a cirurgia, chamada de facoemulsificação. Dependendo do caso, você e seu médico podem optar por esperar um pouco para realizar a cirurgia, porém, após um período, acabará por ter de fazê-la. Há muitos anos atrás, imaginava-se que a catarata deveria ser extraída do olho apenas quando o paciente deixasse de fazer a maioria das suas atividades diárias. Sabemos hoje que não devemos esperar tanto, uma vez que quanto mais o tempo passa, maior o endurecimento do cristalino e assim será maior os riscos do procedimento, que é geralmente bastante tranquilo, quando realizado no tempo correto, evitando riscos à qualidade de vida e à segurança do paciente. Há inclusive muitos casos de pacientes que acabam com uma visão bastante dificultada mas não percebem isso, devido à lenta progressão da doença.

Entendendo a cirurgia de catarata

O cristalino, lente natural localizada no interior dos olhos, se opacifica com a idade e leva aos sintomas da catarata, que incluem ofuscamento às luzes, perda de contraste e diminuição de visão. O cirurgião realiza uma pequena incisão (corte) do lado da córnea, remove o cristalino opaco com uma caneta especial que é ligada a um aparelho, o facoemulsificador, que utiliza ultra-som associado a aspiração. Após sua retirada, implanta-se uma lente em seu lugar. Atualmente, a cirurgia é feita sem internação, sob anestesia de colírios e leva cerca de 10 a 15 minutos.

Nos últimos anos, grandes avanços foram obtidos com as novas técnicas para a remoção da catarata. A não utilização de pontos com a técnica de facoemulsificação – que dissolve o cristalino através de uma pequena incisão, menor de três milímetros – leva a uma menor inflamação e recuperação praticamente imediata.

Novas tecnologias dessas lentes – que entram dobradas pela pequena incisão – permitem uma melhora da visão em condições de baixa luz pelas propriedades asféricas, fornecem proteção aos raios ultravioletas – pois possuem materiais e filtros especiais.

 

DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA A IDADE

Poucas pessoas sabem que a degeneração macular é uma doença dos olhos incurável e que é a líder de causas de cegueira em pessoas com mais de 65 anos, afetando milhões de milhões de pessoas.

 

A degeneração (envelhecimento) macular causa a deterioração da porção central da retina , que é a parte interna do olho, responsável pela captação da imagem e transformação em estímulo até o cérebro.

 

A porção central da retina conhecida como mácula, é responsável por focar a o centro da visão, e permite a leitura, direção, reconhecimento de rostos ou cores, ou inda ver detalhes em objetos.

 

Quem é acometido por essa doença deixa de enxergar tudo que está no centro.

 

Infelizmente, os fatores causadores da degeneração macular ainda não foram elucidados.

 

À medida que as pessoas vão envelhecendo, vai aumentando a sua chance de desenvolver a degeneração, especialmente se já há casos na família.

 

GLAUCOMA

Infelizmente uma das caraterísticas do glaucoma, é ser indolor e até insidioso, sem sintomas nos estágios iniciais. O paciente só vai sentir a perda da visão nos estágios finais da doença, pois o problema se inicia com comprometimento do campo periférico em direção ao centro, até gerar o que chamamos campo tubular, que é um estreitamento acentuado da visão, fazendo com que a pessoa comece a esbarrar em pessoas na rua, em batentes de porta ou até não conseguir dirigir com segurança. Sem tratamento, o paciente fica cego.

 

De modo geral, a doença aparece com mais freqüência a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa de idade, dependendo da causa que provocou a pressão intra-ocular mais elevada.

 

Fatores de Risco para Glaucoma: Pressão intraocular elevada, Hipertensão arterial, Idade acima dos 40 anos, Diabetes, Histórico familiar de glaucoma, Raça Negra, Tratamento com corticóides, Altos graus de miopia.

 

Geralmente, damos atenção a dois sinais principais: a pressão do olho acima da média e alterações no nervo óptico, que são detectadas no exame de fundo de olho, sendo o aumento da escavação do disco óptico o sinal mais característico nos pacientes com glaucoma.

 

No início, o tratamento é clínico e se baseia no uso de colírios para baixar a pressão intraocular. O glaucoma crônico simples, que é o tipo mais comum, exige o uso contínuo de colírio, porque não tem cura, mas sim controle. A doença pode às vezes progredir apesar do tratamento, exigindo acompanhamento por toda a vida. Um tratamento inadequado ou falta deste podem levar à cegueira.

 

Quando não se consegue um controle adequado da pressão apenas com colírios, a cirurgia é indicada. A mais comum consiste em realizar uma pequena janela no olho (ver figura ao lado), permitindo que parte do liquido que está dentro do olho saia dele, diminuindo assim a pressão intraocular.

São pacientes de risco os negros, pessoas com mais de 35 anos e os portadores de diabetes. O histórico familiar também é importante para o diagnóstico, pois se o pai, mãe ou irmãos têm glaucoma, a chance de desenvolver a doença é 6 vezes maior.

 

RETINOPATIA DIABÉTICA

O diabetes é a doença caracterizada pela elevação da glicemia, que é a medida de açúcar no sangue. Dentre os órgãos acometidos pela diabetes estão o coração, os rins e os olhos. O açúcar aumentado no sangue causa uma alteração vascular, danificando os pequenos vasos sanguíneos, que ficam doentes e deixam de ser eficientes. Esta alteração cria áreas de circulação inadequada, as chamadas áreas de isquemia. Após alguns anos de diabetes mal controlado a retina do paciente começa a ficar doente, podendo apresentar sangramentos e edema (“inchaço”). O paciente não sente dor até a doença estar muito avançada e pode não perceber que está doente até estar quase cego.

A principal causa de baixa de visão nos pacientes com doença na retina pela diabetes é chamada de edema macular diabético e deve-se a um edema (ou inchaço) na região da retina responsável pela visão de detalhes. Hoje em dia existem alguns tratamentos que podem ajudar a melhorar este edema, melhorando a visão. Estes tratamentos incluem a aplicação de laser e a aplicação de medicação intra-ocular (corticóide ou anti-VEGF).

Normalmente o oftalmologista solicita alguns exames complementares depois de realizar o exame de fundo de olho com as pupilas dilatadas. Entre estes exames podem ser pedidos uma retinografia, que é uma fotografia do fundo de olho, uma angiofluoresceinografia, que é um exame de contraste e um OCT (tomografia de coerência óptica) que ajuda a determinar áreas de edema da retina e se existe tração (ou seja, componentes do vítreo puxando a retina).

Como regra, todo paciente com diabetes devem ser examinados anualmente, sendo que o paciente com diabetes tipo 2 deve ser examinado assim que descobre-se a doença.

Ainda não existe cura para a retinopatia diabética, mas há como evitá-la e evitar que ela piore. O médico clínico geral ou endocrinologista deve orientar o pacientes em relação à dieta, prática de esportes, uso de hipoglicemiantes orais ou insulina para evitar a retinopatia diabética, ou diminuir a chance dela progredir.

Sugerimos que o paciente seja submetido ao exame de fundo de olho no momento do diagnóstico da diabetes e depois anualmente, sendo muito importante manter a glicemia (açúcar no sangue) bem controlada para evitar a doença.

Além do edema de mácula, o paciente com doença na retina pode desenvolver a forma proliferativa da doença, onde vasos anômalos aparecem para tentar substituir os casos doentes, mas acabam cusando ainda maior dano, porque são vasos com a parede doente. Esta forma proliferativa da doença pode causar aumento da pressão intra-ocular (glaucoma neovascular) e descolamento tracional de retina.

Depois que a diabetes mal compensada causou lesão vascular e doença da retina, o tratamento pode ser realizado com laser (argônio ou Pascal), aplicação de medicamentos dentro do olho (como Avastin - bevacizumab - ou corticóide) ou cirurgia, dependendo do caso.

O tratamento tenta impedir maior perda de visão e as vezes ajuda a recuperar visão, mas é importante manter a glicemia bem controlada.

Um novo laser, chamado Pascal, possibilita tratar os pacientes sem dor e sem a necessidade de realizar diversas sessões de tratamento, como acontece com o laser de argônio tradicional. Este laser permite também tratar crianças, que antes tinham que ser tratadas sob anestesia geral.

Novas pesquisas sendo realizadas estudam novos tratamentos para esta doença.

Artigo escrito pela equipe da Clínica Belfort. Proibida reprodução parcial ou total sem autorização. Este artigo contém apenas informações gerais sobre doenças oculares e não substitui a avaliação por médico oftalmologista.

 

 

ERGOFTALMOLOGIA: A VISÃO E O TRABALHO

A Ergoftalmologia é uma área da ciência que estuda o sistema de trabalho, propondo o melhor relacionamento entre o trabalho e a visão. O objetivo principal é a prevenção e a administração de desconforto e doenças oculares em relação ao trabalho, visando máxima eficácia com máxima eficiência da função visual.

Esta área da ciência traz um maior entendimento sobre queixas de nossos pacientes que não apresentam correlação clinica, mas que têm sua causa no ambiente de trabalho. Com a popularização das novas tecnologias, como os tablets e os smartphones, os médicos oftalmologistas vêm recebendo pacientes com queixas comuns. A pessoa começa a ter sensação de corpo estranho, fotofobia, intolerância à luz e olhos vermelhos. Vários pacientes apresentam disfunções na visão devido ao uso do computador.

Problemas como esse podem ser classificados como “astenopia ocupacional”, que se caracterizam por distúrbios oculares, irritativos ou funcionais, apresentados quando o aparelho visual tenta se superar através de mecanismos estressantes, excedendo sua própria capacidade fisiológica, e caracterizada por sintomas multiformes (superfície ocular, refração, motilidade ocular). Entre os sintomas oculares encontram-se ardência, lacrimejamento, algia periorbital, hiperemia conjuntival. Já os visuais incluem visão ofuscada, diplopia e cansaço visual durante a leitura. As condições de iluminação de interiores, natural ou artificial, desenvolvem uma relação essencial no desenvolvimento da “astenopia ocupacional”.

O uso prolongado do computador pode causar, ainda, um cansaço visual conhecido como Síndrome do Uso do Computador. Os sintomas incluem olhos irritados, vermelhos, coceira, olhos secos ou lacrimejamento, fadiga, sensibilidade á luz, sensação de peso nas pálpebras ou da fronte e dificuldade em conseguir foco. Outros sintomas são enxaquecas, dores lombares e espasmos musculares.

A visão não foi criada para encarar uma tela de computador durante muitas horas. Os monitores são compostos por pixels, nos quais o olho não consegue foco, resultando em tensão da musculatura ocular. Há ainda uma diminuição na frequência de piscar, o que provoca olhos secos e doloridos. Qualquer pessoa que passa pelo menos duas horas por dia em um computador está em risco de desenvolver essa síndrome.

AS CAUSAS DESTES SINTOMAS SÃO UMA COMBINAÇÃO DOS SEGUINTES FATORES:

-Problemas visuais (miopia, hipermetropia, presbiopia);

-Condições inadequadas de uso (iluminação, posição, etc.);

-Hábito de uso do computador impróprio (horas de uso, sem descanso).

MEDIDAS PREVENTIVAS QUE PODEM REDUZIR O CANSAÇO VISUAL:

-Posicionar o monitor a uma distância de 50 a 60 cm dos olhos;

-O topo do monitor deve estar na altura dos olhos;

-Sala do computador bem iluminada; -Minimizar reflexos na tela;

-Filtro anti-reflexo na tela do computador;

-Descansos periódicos;

-Uso de óculos quando necessários (óculos têm grau adaptado pelo oftalmologista para a distância do monitor).

LUZ AZUL

Uma das causas da degeneração macular, a luz azul está presente no espectro luminoso, dentro de uma faixa de 380 a 520 mm. A exposição a ela causa lesões nas células melanocíticas do epitélio pigmentar da retina, dependendo do tempo de exposição e intensidade.

A prevalência de a degeneração macular senil é menor que 2% até os 55 anos, entre 10 e 12% entre 55 e 65 anos, e maior que 30% acima de 75 anos. A incidência, entretanto, está aumentando. Estudos revelam que ela triplicará nos próximos 25 anos, levando-se em conta uma vida média de 75 anos.

A luz azul está presente nas lâmpadas de halogênio metálicas, cujo uso tem sido muito difundido devido à maior durabilidade e baixo custo.

 

  • Parte superior do formulário

  • Parte inferior do formulário

CUIDADOS COM OS OLHOS NO VERÃO

Nessa época do ano é muito importante lembrarmos-nos de proteger e cuidar de nossos olhos.

A exposição aos raios solares aumenta a chance de doenças na retina e de catarata precoce. A Degeneração Macular Relacionada à idade é uma causa importante de piora da qualidade de vida das pessoas de mais idade e pode ser prevenida com o uso de óculos escuros de boa qualidade (que tenham proteção UVA e UVB).

Além disso, a exposição excessiva pode causar queimaduras oculares, com sensação de ardor, lacrimejamento e olho vermelho.

Vale lembrar que a exposição não precisa ser direta como quem faz kitesurf ou empina pipa, mas quem surfa ou esquia na neve também está sujeito ao reflexo do Sol na superfície.

São comuns queixas de corpo estranho, como areia, folhagens ou poeira. Nesses casos o melhor é não coçar os olhos, pois se o corpo estranho está alojado atrás da pálpebra o coçar pode machucar mais. Lave os olhos com água corrente e se ainda assim o incomodo persistir mantenha o olho fechado e procure um especialista.

Os consultórios e pronto-socorros costumam ver um aumento nos casos de conjuntivite nessa época, para se prevenir evite levar as mãos aos olhos sem lavá-las antes. Dificilmente não contaminamos de outra forma que no seja com nossas próprias mãos.

O verão não pode ser um obstáculo na qualidade de sua saúde ocular. Caso alguns cuidados sejam tomados, você evitará muitas das razões que lhe fazem procurar um médico oftalmologista em condições de emergência.

1-Uso de óculos com filtro solar (óculos escuros)

Muitos pacientes nos procuram por queimadura solar em suas córneas, o que efetivamente poderia ser evitado caso estivessem fazendo uso de óculos com proteção a radiação ultravioleta, além da utlização criteriosa de lubrificante ocular (lágrima artificial). Quadros desta natureza são denominados genericamente como ceratite e a dor é muito forte. Afora isto vale lembrar que a velocidade da evolução da catarata é muito maior em pacientes que não usam óculos escuros quando comparados aos que os utilizam

2-Proteção dos olhos nas tarefas caseiras

Não menos freqüente, o fato de nossos pacientes nos procurarem em função de acidentes domésticos é fruto de tarefas que normalmente não realizamos e que nas férias são objeto inclusive de recreação. Trata-se de um trabalho manual de carpintaria, uma soldadura e que exigem de TODOS óculos de proteção de maneira rotineira.

3-Proteção dos olhos em praticas esportivas

Há um aforisma que diz quanto maior a bola menor a consequência do trauma. Quem sabe por isto que cada vez mais nos procuram pacientes em função de traumas com paintball, bola de tênis, afora os demais que podem ter riscos menores, mas que efetivamente existem. Portanto, importante ressaltar a necessidade de proteger os olhos em determinadas modalidades esportivas. O olho localiza-se em um estojo ósseo (órbita), mas esta não é suficiente para proteção em todas as condições advindas de traumatismos.

4-Contato com substâncias químicas

Muito cuidado na utilização imprópria de colírios. Recebemos muitos pacientes, que por falta de organização dos frascos similares aos de colírios, utilizam indevidamente substâncias para outras finalidades, o que podem ocasionar infamações, lesões oculares. Além disto, não é infrequente que nas piscinas entremos em contato com substâncias irritativas, infecciosas ou não , mas que causam forte desconforto. Em ambas situações, a conduta é a de lavar intensamente com água corrente e no máximo utlizar-se lubrificante tópico ocular. Recomenda-se que o paciente seja examinado por um médico especialista.
Cuidado com mordidas de insetos, pois a região ao redor dos olhos é altamente infectante, além disto, é uma região onde não podemos colocar repelente.

5-Outros cuidados

Cuidados com uso de “armas de brinquedo” que possam conter materiais que eliminem algum tipo de detrito e que possam invadir as estruturas oculares mesmo que externas. Cuidados com arame farpado, líquidos de baterias velhas e minha especial recomendação para os cuidados extras que devem ter os pacientes que tenham sido submetidos previamente a cirurgias oculares e cirurgia refrativa em particular.

Parte superior do formulário

Parte inferior do formulário

CONJUNTIVITE: DICAS SOBRE CUIDADOS E TRANSMISSÃO

A conjuntivite é um processo inflamatório nos olhos que demanda alguns cuidados quanto à transmissão e o tratamento desta doença ocular. Saiba algumas dicas abaixo:

Se você está com conjuntivite:

  • A conjuntivite viral pode levar de uma até três semanas em média para se resolver completamente.

  • A transmissão da conjuntivite se dá pelo CONTATO, com a secreção ou lágrimas. Por isso, não se deve nunca colocar a mão nos olhos.

  • Cuidado para não deixar a casa contaminada. Atenção para não pegar em maçanetas, controles-remotos, teclados, etc. antes de lavar as mãos.

  • Ande sempre com lenços de papel para secar ou limpar os olhos e jogue-os fora após o uso. Não guarde os lenços contaminados no bolso para reutilização.

  • Lave sempre as mãos ou use álcool em gel se colocar a mão nos olhos.

  • Não use lentes de contato ou maquiagem na região dos olhos enquanto eles ainda estiverem vermelhos ou irritados.

  • Separe sua toalha de rosto e travesseiro, de preferência troque a fronha e a toalha todos os dias.

  • Use apenas o colírio indicado pelo seu médico oftalmologista e água filtrada ou tratada.

  • Faça compressas frias várias vezes por dia e lave o rosto e os olhos com água gelada sempre que possível.

  • Em caso de baixa de visão, procure novamente seu oftalmologista.

Se você está perto de alguém com conjuntivite

  • Não existe remédio para prevenir a conjuntivite.

  • Não coloque a mão nos seus olhos NUNCA. O vírus não vai voar e alcançá-los sozinho.

  • Não divida toalhas, travesseiros ou qualquer objeto que possa estar contaminado.

  • A qualquer sinal de olho vermelho ou irritado, procure seu oftalmologista.

OLHO SECO

O olho seco é uma doença crônica, caracterizada pela diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca quantidade e/ou má qualidade da lágrima. Este distúrbio no filme lacrimal e na superfície ocular pode produzir áreas secas sobre a conjuntiva e a córnea, o que facilita o aparecimento de lesões. Os sintomas são de ardor, queimação, irritação, sensação de areia e corpo estranho nos olhos, fotofobia, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia, principalmente após muita leitura. Casos graves podem evoluir para úlcera e perfuração de córnea.

A doença pode ser causada pela exposição a determinadas condições do meio ambiente (poluição, clima seco, etc.), trauma (queimaduras químicas), alguns medicamentos, idade avançada, uso de lentes de contato, menopausa nas mulheres, conjuntivite, pós cirurgia refrativa, diabetes, uso de determinadas drogas, doenças que causem infiltração ou inflamação da glândula lacrimal (como síndrome de Sjoegren), tuberculose, leucemia e Aids.

O diagnóstico é baseado, sobretudo, na história clínica e no exame oftalmológico através de testes específicos: medição da produção e evaporação das lágrimas (teste de Schirmer e tempo de ruptura do filme lacrimal).

O tratamento é basicamente sintomático. Recentemente, novas modalidades de tratamento com objetivo de atingir a causa do olho seco têm sido introduzidas. São elas:

– Suplementação da lágrima: lágrimas artificiais para aumentar a umidade da superfície ocular e melhorar a lubrificação. A apresentação pode ser na forma de colírio ou gel.

– Preservação da lágrima: a oclusão temporária ou definitiva dos pontos lacrimais.

– Estimulação da produção da lágrima: existem certos medicamentos que aumentam o lacrimejamento, como a pilocarpina. Porém, possuem uma série de efeitos colaterais que limitam a sua utilização.

–Terapia anti-inflamatória: uso de colírio de corticóide tópico ou de imunomoduladores, como a ciclosporina tópica. A idéia é minimizar o efeito do processo imune nas glândulas lacrimais e superfície ocular.

– Ácidos graxos essenciais: a suplementação alimentar com ácidos graxos, na forma de óleo de linhaça ou óleo de peixe, é uma alternativa útil no tratamento de olho seco. Eles possuem ação anti-inflamatória e melhoram a qualidade da porção lipídica da lágrima.

Algumas medidas gerais podem ser tomadas para evitar a evaporação excessiva da lágrima, como o uso de óculos especiais com proteção lateral, umidificadores de ar e o fechamento adequado dos olhos durante o sono. Evite correntes de ar oriundas de aparelhos de ar condicionado, leques, ventiladores ou aparelho de calefação. Masque chicletes sem açúcar para estimular a produção de saliva. Além disso, é muito importante proteger os olhos, evitando a exposição ao vento e ao sol, com protetores adequados.

PTERÍGIO

Popularmente chamado de “carne crescida” ou equivocadamente chamado de “catarata”, o Pterígio é uma pequena membrana avermelhada na superfície do olho que avança em direção à córnea.

A causa exata até hoje não é bem conhecida.

Pode ser provocado por fatores hereditários ou ambientais, tendo maior incidência nas regiões tropicais. Sabe-se que provavelmente está relacionado com exposição prolongada ao sol, sobretudo aos raios ultravioletas (UVA e UVB).

Os sintomas principais são irritação, olhos vermelhos, sensação de cisco e fotofobia (sensibilidade à luz).

O tratamento pode ser cirúrgico nos casos em que o pterígio cresce ameaçando chegar a pupila, quando pela mudança na córnea leva a astigmatismos altos, nos casos de irritação frequente ou hiperemia (vermelhidão) constante em que haja motivação estética. Nos casos de menor sintomatologia ou pacientes muito jovens pode ser feito apenas acompanhamento clínico.

Recomendações importantes são proteção adequada dos olhos como uso de óculos escuros e lágrimas artificiais, evitar exposição prolongada ao sol, locais secos e poluídos.

AMETROPIAS

MIOPIA

Miopia é uma ametropia que faz com que a imagem seja focada antes da retina, como se o olho fosse mais comprido do que o normal. Desta maneira o paciente enxerga bem objetos que estão perto, mas têm dificuldade para enxergar de longe. Quanto maior a miopia, mais perto deve estar o objeto para ficar em foco.

A melhor maneira de corrigir a miopia é com uso de óculos. Esta lente diverge os raios de luz e faz com que o foco seja deslocado para o fundo do olho, sobre a retina (que é o equivalente do filme da máquina fotográfica). Lentes de contato, quando usadas de maneira correta, também são uma maneira segura de corrigir a miopia.

Miopias até 6 graus (dioptrias) não são consideradas doença e não aumentam a chance de ter problemas nos olhos, enquanto miopias de mais de 6 graus aumentam a chance de descolamento de retina, glaucoma e catarata e por isso estes pacientes devem ser acompanhados anualmente por um oftalmologista ou avaliados se apresentarem baixa de visão, moscas volantes ou fotopsias.

A miopia normalmente surge na adolescência e aumenta até aproximadamente 21 anos de idade, podendo evoluir até meia idade. A melhor forma de avaliar se a miopia progrediu é fazendo consultas anuais ao oftalomologista.

 

HIPERMETROPIA

A hipermetropia é o oposto da miopia, o olho é mais “curto” do que o normal, sendo que a imagem é focada depois da retina. Ao contrário da miopia, nosso olho é capaz de compensar a hipermetropia mudando o formato da lente dentro do olho, este processo é chamado acomodação. Quase todas as crianças são hipermétropes, mas não precisam usar óculos porque conseguem acomodar e focar a imagem (em alguns casos a criança tem astigmatismo, miopia ou estrabismo, necessitando uso de óculos). Geralmente dilata-se a pupila para calcular o grau total de hipermetropia de um paciente.

Astigmatismo

O astigmatismo pode ser causado pelo formato da córnea que, em vez de ser uma meia esfera têm aspecto mais parecido com uma bola de futebol americano. Desta maneira, uma parte da imagem é focada em local diferente da outra. Existem dois tipos de astigmatismo: regular e irregular. O regular pode ser corrigido com óculos e lentes de contato gelatinosas, enquanto o irregular precisa ser corrigido com lente de contato rígida.

Receitar óculos é uma arte, requer conhecimento técnico, experiência e paciência. Cada paciente se adapta de uma maneira. Às vezes é necessário examinar crianças e alguns adultos com as pupilas dilatadas e, em outro dia, sem as pupilas dilatadas para calcular o grau adequado dos óculos. Geralmente crianças e adolescentes se adaptam com facilidade a novos óculos enquanto alguns adultos podem demorar alguns dias ou semanas para se adaptar. O mesmo pode ocorrer quando um paciente passa a usar ou muda o grau de seus óculos multifocais – por isso é importante fazer seus óculos em uma ótica com qualidade e onde você conte com a dedicação do óptico para adequar seus óculos e mudar as lentes se necessário. Também é de fundamental importância, levar os óculos para que seu oftalmologista possa conferi-los assim que os mesmos ficarem prontos.

 

PRESBIOPIA

A partir dos 40 anos de idade, as pessoas passam a apresentar, em quase 100% das vezes, diminuição da capacidade acomodativa, isto é, apresentam dificuldade para enxergar de perto, chamada presbiopia (fadiga visual). Isto é fruto do endurecimento do cristalino e/ou da menor flexibilização dos músculos ciliares responsáveis por esta mecânica. Existem condições especificas, como no caso dos míopes, que simplesmente retiram seus óculos para longe e enxergam para perto, mas o fato é que o conforto visual desaparece na visão para todos.

A primeira resposta para isso se deu com o surgimento dos óculos que podem simplesmente ter grau para perto ou associar na mesma armação graus para longe e perto simultaneamente. Entretanto, as pessoas cada dia tornam-se mais exigentes, buscando na tecnologia e nos médicos ações inovatórias.

Uma opção não-cirúrgica seria a adaptação de lentes de contato. A partir daí, uma série de possibilidades se abrem, que vão desde as que apresentam visão para longe e para perto simultaneamente, até a técnica da monovisão, onde um dos olhos fica corrigido para longe e o outro para perto. Neste ultimo caso e mesmo nos demais, o paciente tem que se esforçar no sentido de haver uma adaptação a este novo “modo de enxergar”, se assim podemos dizer.

A exigência fez com que a tecnologia avançasse e certamente aquilo que aconteceu com as lentes de contato também aconteceria no sentido da busca corretiva cirúrgica. Inicialmente, começaram a ser feitas cirurgias corretivas a laser deixando um olho com boa acuidade visual para longe e o outro para perto. Podemos considerar esta técnica (conhecida como monovisão) satisfatória e de relação custo-efetividade adequada.

Porem, novas perspectivas surgiram com a possibilidade do uso das lentes intraoculares quando da substituição do cristalino em casos de catarata e que também apresentam em suas propriedades a multifocalidade. É sim um método invasivo, pois incorre em remoção de cristalino com sua substituição, mas esta técnica vem se demonstrando, nos casos de boa indicação, uma satisfatória resposta ao desejo de se ter boa visão para perto e para longe simultaneamente.

O avanço mais recente e justamente aquele que se mostra mais promissor, embora ainda restrito a pacientes présbitas e que apresentem um pouco de hipermetropia, é o do presbilsaik. Neste procedimento corrige-se o grau para longe e cria-se, por meio da programação do laser, uma pequena alteração esférica chamada “aberração”, que permite trabalhar-se na profundidade de foco conjuntamente com o olho contra-lateral, fazendo com que na visão bilateral exista melhora na sua qualidade para perto. Não são todos os lasers que tem este dispositivo, mas em nossa experiência (com mais de 50 casos operados) podemos dizer que os resultados, se bem orientados, frente as expectativas do paciente, são bastante promissores. Com boa iluminação, a visão melhora e o prejuízo para longe se torna mínimo.

O fato é que este processo de diminuição da acomodação afeta a todos nós e as tecnologias deverão buscar respostas cada vez mais eficientes e seguras para seu tratamento cirúrgico. Cabe ao paciente entender que nenhum deles é perfeito, mas que trazem melhorias na qualidade visual. Cabe ao médico analisar criteriosamente, explicar as vantagens e desvantagens de cada um dos métodos e, dentro disso, de maneira criteriosa, decidir qual a melhor alternativa. Nada que possa ser buscado como informação escrita supera o diálogo do médico com o paciente e, portanto, sempre antes de se submeter a qualquer procedimento, esteja seguro de que suas dúvidas foram devidamente esclarecidas.

Eye Test

LENTES DE CONTATO

Métodos avançados para correção da visão e novas tecnologias para o manuseio e manutenção das lentes de contato têm suas indicações expandidas, pois elas são especialmente eficazes em certas profissões e atividades e são desejáveis por razões corretivas e estéticas.

As indicações incluem miopia, hipermetropia, alguns tipos de astigmatismo, presbiopia, ceratocone, correções estéticas, entre outros.

As contra indicações absolutas ou relativas incluem condições alérgicas e inflamatórias como infecções na córnea, excesso anormal de lágrimas, exoftalmia grave, pterígio, neoplasias conjuntivais ou de córnea ou outras alterações locais.

Todos os candidatos potenciais devem ser cuidadosamente examinados por um oftalmologista, pois há muitas pessoas para quem as lentes de contato não são recomendadas.

O uso inadequado de lentes de contato, técnica incorreta de aplicação ou remoção das lentes interferem no conforto e na fisiologia ocular, como pode causar escoriações e úlceras corneanas, e insuficiente circulação lacrimal sob as lentes.

Embora as vantagens superem as desvantagens, precauções e garantias devem ser entendidas por todos e não somente o usuário de lentes de contato.

 

Benefícios:

  • Excelente opção para os olhos.

  • Maior campo visual em relação aos óculos.

  • Excelente acuidade visual.

  • Ideal para a prática de esportes, reuniões, eventos, etc.

  • Mais liberdade para certas atividades profissionais.

  • Máximo conforto.

  • Melhor saúde ocular devido à maior freqüência de troca.

  • Maior higiene pela reposição freqüente das lentes.

  • Maior conveniência em caso de perda ou rasgo da lente.

  • Visual “mais jovem” para o usuário.

Orientações

  • Lavar bem as mãos antes de tocar as lentes, aplicá-las ou removê-las;

  • Manter mãos e unhas sempre limpas e curtas e com esmalte discreto;

  • Para prevenir confusões, manusear primeiro sempre a lente direita, evitando assim a troca das mesmas;

  • Limpe as lentes somente com a solução recomendada estéril;

  • Respeitar o tempo prescrito pelo Oftalmologista sobre o tempo que pode ficar com as lentes e a validade das lentes;

  • Limpar semanalmente o estojo de conservação em água e sabão (usar uma escovinha). Recomenda-se que o mesmo seja trocado a cada três meses;

  • Nunca utilize água de torneira;

  • Quando estiver com algum tipo de infecção não usar lentes evitando assim que a lente fique contaminada;

  • As lentes são fabricadas em grande diversidade de tipos, matéria prima,sistema de produção e elaboração de parâmetros. Seu descarte pode ser diário, semanal, quinzenal.

Lembre se que a decisão quanto ao tipo de lente e descarte deve ser tomada juntamente com o especialista em lentes de contato que, com a análise da receita médica, avaliação das medidas do olho, perfil do cliente e teste prático, selecionará a lente mais adequada.

 

CIRURGIA

Cirurgia de Miopia a LaserParte superior do formulário

Parte inferior do formulário

 

A miopia é um erro de refração que afeta a visão à distância. Além das lentes corretivas, outra alternativa para a correção da visão é a cirurgia de miopia a laser. Lembramos que a cirurgia a laser também pode ser realizada para outros problemas de refração, como a hipermetropia, astigmatismo e até presbiopia.  Entenda como ela funciona:

Primeiramente, para poder realizar a cirurgia de miopia, é necessário que o paciente tenha no mínimo 20 anos de idade, que é quando ocorre a estabilização do grau da miopia. O oftalmologista irá investigar o histórico do paciente e se ele possui alguma doença sistêmica grave, como por exemplo, a diabetes. Caso não encontre nada que o impeça de realizar a cirurgia, serão solicitados alguns exames oculares.

O primeiro exame a ser realizado é a tomografia da córnea. Esse exame irá medir a curvatura e a espessura corneana. A tomografia é o exame pré-operatório mais importante, pois a cirurgia de miopia irá remodelar a córnea através do laser, por isso é indispensável que a córnea do paciente apresente uma espessura adequada para o uso do laser. Será realizado também o exame de mapeamento da retina, avaliação do fundo do olho e um exame oftalmológico básico através de um microscópio. Se o paciente for usuário de lentes de contato, é necessário que suspenda seu uso por uma semana antes da realização da cirurgia de miopia.

 Nestas cirurgias é utilizado um aparelho chamado Excimer, onde se efetuará a correção do grau de miopia. Novamente é pingado o colírio anestésico e através de um programa visualizado em uma tela, o oftalmologista obterá dados precisos do grau de miopia do paciente. Após isso, os olhos serão estabilizados com a aplicação do blefarostato, para impedir que o paciente pisque. O médico oftalmologista irá utilizar o método de aplicação do laser chamado Lasik, que dura em média de 15 a 50 segundos.

Finalmente, após todo esse procedimento, o paciente poderá ir para casa e precisará usar apenas lentes de contato terapêutica, colírios e óculos escuros. Deve-se evitar ao máximo vento forte, ar-condicionado, poeira, esportes ao longo de um mês e piscina e praia ao longo de uma semana. Durante 15 dias o paciente precisará utilizar o oclusor para dormir. O objetivo final desta cirurgia é eliminar 100% o grau de miopia, porém isso dependerá da córnea, pois a resposta cicatricial do paciente é que passará essa informação.Parte superior do formulário

Parte inferior do formulário

 

Parte superior do formulário

Parte inferior do formulário

Inflamações ou infecção nos olhos após a cirurgia são consequências da falta de higiene, descuido com a medicação e falha no acompanhamento. “O pós-operatório é tão fundamental quanto a avaliação correta do médico. O paciente precisa seguir à risca as orientações do especialista. Nesta etapa, pode ocorrer uma inflamação e modificar a cicatrização da córnea, comprometendo o resultado.”

Quando Fazer sua Cirurgia a Laser

 

O tratamento é indicado para qualquer idade, a partir dos 18 anos. Após os 40 anos soma-se ao grau de longe o grau de perto (presbiopia ou vista cansada) e deve-se considerar a possibilidade do uso de óculos para leitura ou trabalhos de perto.

Na avaliação pré-operatória, além da consulta oftalmológica normal serão realizados alguns exames complementares mais específicos para afastar a possibilidade de haver as alterações e degenerações oculares que contra-indiquem a cirurgia

 

Contra-Indicações

 

Algumas pessoas não podem se submeter a cirurgia, caso apresentem:

  • Doenças oculares infecciosas em atividade:

  • Conjuntivite, blefarite, ceratite, úlcera de córnea.

  • Ceratocone: deformidade e afinamento da córnea de origem geralmente familiar.

  • Gravidez.

bottom of page